Zélia Gattai

23-12-2013 10:37

Eu gostaria de  ter escrito para Zélia Gattai e falado sobre os seus escritos. O quanto cada história me fez ficar emocionada e envolvida. Eu lia e não conseguia tirar do pensamento, às vezes, por um longo tempo, os momentos lindos, as situações difíceis quando ela e Jorge Amado participavam de atos políticos e sofriam os revezes. Parecia que eu estava ao lado dos dois em suas reais aventuras. No livro, Um Chapéu para Viagem, que foi a primeira obra que li, escrita por Zélia, a sogra dela, mãe de Jorge, disse que se tivesse uma filha daria um nome muito bonito para a menina, mas como nunca tivera filhas, guardava o segredo do nome a sete chaves, para ninguém falava, Zélia insistia, mas dona Lalu, não contava. E só quando Zélia estava de partida para a Itália para ir ao encontro de Jorge Amado é que Lalu falou bem baixinho para ela: Esmeralda, esse seria o nome da minha filha. E esse segredo só é desvendado na penúltima folha, do último capítulo. Achei muito delicado a autora nos dar essa pequena satisfação. Que para quem estava envolvido com a história era muito importante.

 

Depois, li Anarquistas, Graças a Deus, seu primeiro livro e que deixava claro que a liberdade era tudo na vida dessa filha de imigrantes italianos, nascida em São Paulo no ano de 1916, no dia 2 de julho.

 

Comprei todos os livros de Zélia. Li todos. E estou sempre relendo. São minhas relíquias e quase tive um surto quando emprestei Um Chapéu para Viagem para uma amiga que sumiu por uns tempos e não tive como ir buscar meu “amigo” de papel. Poderia comprar outro, mas o livro em questão foi o primeiro e foi comprado num sebo, já era usado e abusado por outras mãos, o que o fazia mais mágico ainda.

Graças ao bom Jesus, o livro voltou para minhas mãos!

 

Na semana em que Zélia foi hospitalizada, fiquei triste, pois ainda não tinha escrito a minha carta tão sonhada para ela. Em 2008, a literatura perdeu uma grande estrela, no dia 17 de maio.

 

Enfim, não deu para dizer a essa grande escritora o quanto eu a admirava e desejava que fosse imortal para continuar a escrever tantas histórias-memoriais para a minha alegria.

 

Mônica Banderas

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