José Celso de Macedo Soares

23/12/2013 10:44

Um dia, no ano de 2003, ligou para a Editora Blocos, um homem com voz de artista de cinema. Ele queria saber sobre edição de livros e se fazíamos distribuição. Depois de esclarecidas todas as dúvidas, começamos uma grande amizade. O homem era o Almirante José Celso de Macedo Soares, um senhor de oitenta e poucos anos com uma inteligência fora do comum.

 

Chegou o dia em que ele falou que gostaria de me conhecer para discutir sobre um novo livro dele e eu aceitei e marquei horário. Ele pediu que seu motorista viesse buscar-me e assim, foi feito. Cheguei em sua fazenda deslumbrante e fui direcionada ao seu escritório pela sua amável secretária Elizangela, que mais parecia um anjo de tanta paciência e organização.

 

Quando dei de cara com o homem, tive vontade de correr dali. Um senhor de 1,90, cabeça branca, com voz de trovão. E que não ria e fazia questão de falar e perguntar, perguntar, perguntar...

 

Conforme os anos iam passando, a nossa amizade foi crescendo e eu passei a publicar no meu site da antiga Geocities, os artigos semanais que ele enviava sem descanso.

 

Quando o Geocities acabou, transferi todos os seus artigos para um blog do Blogspot e religiosamente, ele continuava a mandar os artigos e cada vez mais passava a se envolver com a Internet, algo que ele não fazia antes de ser meu amigo. Posso dizer que eu fui a causadora de ele ter conhecido e participado das redes virtuais e sociais. Twitter, Facebook, Orkut, alguns jornais on-line e etc.

 

Em suas conversas, ele falava de Maricá, das fazendas existentes por aqui e do seu namoro com Shirley MacLaine na época em que ele estava servindo à Marinha e estava na Segunda Guerra Mundial. E passava pelos Estados Unidos. Aliás, ele se formou em Engenharia nos EUA. Falava inglês, francês, espanhol, alemão e etc. Escreveu vários livros e trabalhava com agronegócios. Era casado com Maria Helena, uma mulher forte e inteligente, cheia de vida e com olhos lindos. Ela fica, com a saudade e com as lembranças, ao lado de seu casal de filhos e neta.

 

No dia 29 de janeiro de 2012, o coração parou de bater, deixando o meu amigo, sem saída. Ele acreditava em Deus mas não aceitava as religiões. Não haverá missa pela vontade dele e ele será cremado na quinta-feira, dia 2 de fevereiro e suas cinzas, jogadas na Lagoa de Maricá, um dos lugares que ele mais gostava, apesar de conhecer muitas belezas pelo mundo afora. 

 

Peço a Deus que dê a ele, muita paz e luz!

 

Quem quiser ler mais sobre ele: https://josecelsodemacedosoares.blogspot.com/

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