Meus amigos, os animais

Os animais à minha volta,

desconhecem o grande poder

que têm sobre mim.

Por causa deles

eu acordo mais cedo do que devia,

eu busco forças para cuidá-los,

peço a Deus coragem

para mais um dia

e que não falte provisões para todos.

Fico alegre,

quando embaixo da casa

vejo a pilha dos sacos de ração,

um em cima da outro,

mostrando que de fome

ninguém vai morrer.

Eu quero ser imortal

enquanto os meus animais existirem

(a gansa cega

que depende de alguém

para dar-lhe comida e água,

os galos

que não podem se misturar…

– Ah, os sinais que os bichos dão

quando têm algo de errado...).

Depois que eles se forem,

também poderei partir,

sem pesar.

Por isso,

eu peço a Deus

a imortalidade momentânea,

que corresponda a deles.

Depois,

o fim,

com a consciência limpa.