Feliz mês de Novembro

Da série Feliz Mês De: calçadão de Ipanema, 8h30. Passo por um gari (um negro, forte) que ajeita um conteiner de lixo na calçada e digo "feliz mês de novembro". Ele me olha meio espantado. Repito "feliz mes de novembro". E ele: "poxa, hoje é meu aniversário, 1º de novembro, 41 anos". Pergunto seu nome: Ubirajara, mas me chamam de Bira". Olho para o céu e digo: Bira, que Deus abra sua guaiaca (e explico: guaiaca é uma pochete que o gaúcho usa para guardar dinheiro) sobre você e derrame dinheiro, saúde, paz e felicidade. Ele agradece e eu sigo a tempo de ouvi-lo "a senhora foi mandada por Deus", lembrando do Zuenir, com quem vivi a mesma coincidência em 1º de junho. Adiante, junto a um quiosque no posto 8, encontro Gilda Valentim (que me foi apresentada depois pelo Zuenir) e Jô e do Carmo, que trabalham no projeto de ginástica na praia, e comento o ocorrido. Elas: "que coisa impressionante", "que coincidência" , "coisa de Deus mesmo" etc. Retorno. Um pouco adiante, vejo Bira recolhendo uns sacos plásticos na areia. Chamo-o e o convido a ir comigo ao encontro de Gilda e suas amigas. Ele me acompanha. Um ônibus da Comlurb passa e o motorista o cumprimenta; o ônibus pára quando chegamos ao quiosque. Então eu apresento à Gilda, Jô e Do Carmo o aniversariante do dia. Eles já se conheciam. Uma festa. Cantamos parabéns pra você enquanto o motorista acompanha buzinando. "A senhora é grande simpatia", ele me diz. "E você uma grande energia", retribuo já tomando o caminho de casa. Feliz mês de novembro, amigos.